Entre avanços tímidos e desafios persistentes, a COP29 expôs as complexidades das negociações climáticas. Quer saber o que foi discutido e o que esperar da COP30 no Brasil? Confira a seguir.

A COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, ficou marcada como a “COP do Financiamento”, mas seus resultados ficaram de lado nas expectativas. O principal avanço foi a definição de uma Nova Meta de Financiamento Climático (NCQG), estabelecendo um aporte anual de US$ 300 bilhões até 2035. No entanto, muitos criticaram o valor por considerá-lo insuficiente diante das necessidades reais para mitigar as mudanças climáticas, estimadas em trilhões de dólares.

Além disso, temas como perdas e danos climáticos, mercados de carbono e adaptação continuaram no centro das discussões. O Fundo de Perdas e Danos, ainda enfrenta dificuldades de financiamento. Enquanto a regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris trouxe avanços para os mercados de carbono, incluindo salvaguardas ambientais e sociais. Apesar disso, a lacuna no financiamento para adaptação e a ausência de compromissos mais ambiciosos na transição energética reforçaram  que os países desenvolvidos precisam assumir um papel mais ativo.

Outro ponto de destaque (ou crítica) foi o esvaziamento da cúpula. A ausência de líderes globais – muitos presentes na reunião do G20 no Rio de Janeiro, que ocorreu simultaneamente – e a resistência em comprometer-se com metas claras para redução de emissões enfraqueceram o impacto da conferência. Especialistas e ativistas apontaram que o Brasil terá um desafio significativo como anfitrião da próxima edição, a COP30, para resgatar a confiança no processo multilateral.

Prepare-se para a COP30

Prepare-se para a COP30

Em novembro de 2025, Belém, no Pará, será palco da COP30, e o Brasil terá a chance de assumir um papel de protagonismo na agenda climática global. Essa edição ocorre em um momento decisivo, onde o mundo exige compromissos mais concretos e ações reais para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

A COP30 será marcada pela busca por avanços em áreas cruciais, como:

  1. Financiamento climático: A insuficiência da meta definida na COP29 deve ser debatida novamente. O Brasil poderá pressionar por mais recursos para países em desenvolvimento, defendendo doações além de empréstimos.
  2. Perdas e danos: O fortalecimento do compromisso com o Fundo de Perdas e Danos será essencial para apoiar comunidades mais impactadas a eventos climáticos extremos, que se tornam mais frequentes e devastadores.
  3. Transição energética: Como país com forte capacidade de liderar no setor de energias renováveis, o Brasil poderá usar a COP30 para impulsionar metas mais ambiciosas de descarbonização global, avançando no diálogo sobre o fim do uso de combustíveis fósseis.
  4. Implementação e transparência: Ferramentas para monitorar e garantir a implementação dos compromissos assumidos devem ser uma prioridade. Relatórios bienais e maior transparência nos processos serão fundamentais.
  5. Inovação e tecnologia climática: Um dos pontos enfraquecidos na COP29, essa agenda precisará ser resgatada, e o Brasil poderá aproveitar sua posição para atrair parcerias globais em soluções tecnológicas que acelerem a transição para uma economia sustentável.

O papel do Brasil como anfitrião

O papel do Brasil como anfitrião da COP30

A escolha de Belém para sediar a COP30 é emblemática, pois traz a Amazônia para o centro das discussões. A maior floresta tropical do mundo, essencial para o equilíbrio climático global, estará em evidência, reforçando a urgência de proteger ecossistemas e combater o desmatamento. Além disso, a presidência do Brasil no BRICS em 2025 será uma oportunidade estratégica para integrar esforços regionais e fortalecer a cooperação internacional.

Com a responsabilidade de liderar debates e alcançar acordos mais ambiciosos, a COP30 será um teste para o Brasil e para o mundo. É o momento de transformar promessas em ações concretas, colocando a sustentabilidade no centro das decisões econômicas e políticas globais. O sucesso dessa cúpula pode marcar um ponto de virada na luta contra as mudanças climáticas.

O que a COP30 tem a ver com gestão de resíduos e conformidades ambientais na área?

A COP30, terá um papel fundamental ao conectar a agenda climática global com temas essenciais para a sustentabilidade, como a gestão de resíduos e as conformidades ambientais. A forma como lidamos com resíduos afeta diretamente as emissões de gases de efeito estufa, seja pela decomposição de resíduos orgânicos em aterros, ou pelo descarte inadequado de materiais que poderiam ser reciclados e reinseridos na cadeia produtiva, reduzindo a necessidade de extração de novos recursos.

Além disso, a conferência deve reforçar a importância da economia circular e da rastreabilidade de resíduos como estratégias para mitigar mudanças climáticas. A gestão eficiente de resíduos contribui para a redução da pegada de carbono das empresas, o cumprimento de metas ambientais e o atendimento a regulamentações internacionais, que estão cada vez mais rigorosas.

Outro ponto importante é a relação entre políticas climáticas e a necessidade de transparência nos processos produtivos. Com o aumento das exigências por parte de governos e investidores, as organizações terão que demonstrar conformidade ambiental não apenas como uma obrigação legal, mas como um diferencial competitivo. Nesse cenário, soluções tecnológicas que garantam o monitoramento em tempo real, a centralização de dados e a comprovação de resultados serão essenciais – e tudo isso pode ser facilmente alcançado com a tecnologia da GreenPlat.

Portanto, a COP30 será um espaço estratégico para debater como a gestão de resíduos e a conformidade ambiental podem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, impulsionando inovações e políticas públicas mais eficazes para o futuro do planeta.